sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Okay? Okay

Resenha: A Culpa é Das Estrelas, de John Green

"Você deveria ter sido a pessoa com quem eu passaria o dia de domingo, mas acabou sendo a de quem me despeço no sábado a noite."

Eu procuro fugir de livros que falam de câncer, mas estava consciente, quando o adquiri, de que este era um deles. Eu acompanhei seu processo de produção pelo canal de John, no YouTube. Sei das visitas aos hospitais e blá, blá, blá...
Duas coisas precisam estar claras por aqui, são elas: a) eu gosto do livro, em si; b) eu não gosto da personagem principal - no caso, Hazel Grace. Isso fez com que algumas partes da estória não fossem maravilhosamente aceitas por minha pessoa; c) não sou tolerante sobre o modo fantasioso como os pacientes de câncer são tratados nos livros/filmes de câncer.

A Culpa é Das Estrelas, ou, originalmente The Fault In Our Stars, conta a estória de Hazel, uma paciente com um câncer controlado, porém, terminal. Hazel leva uma vida monótona e entediante até o momento em que encontra Augustus Walters - um personagem extraordinariamente inteligente, e meu favorito -, que é um garoto com sua mesma faixa etária, já curado. Hazel e Augustus tem vários diálogos inteligentes sobre perdas e ganhos: coisas com as quais pacientes com câncer convivem diariamente.

John Green tem uma personalidade inteligente, e isso é refletido perceptivelmente em seus personagens. Algo que me chamou atenção foi o gigantesco número de metáforas usadas entre um parágrafo e outro. Augustus Walters coloca cigarros apagados entre os lábios, para ter a morte próxima, e não dar-lhe a chance de atingi-lo: isso foi algo que eu achei genial, no quesito metáforas.

Todas as resenhas que li até agora (que vieram de pessoas que provavelmente não sofreram câncer) foram positivas, mas para mim é quase impossível não notar coisas como o fato de que uma menina de baixíssima imunidade, exposta a tantas drogas altamente tóxicas e debilitantes, que por acaso usa um tubo de oxigênio nas narinas faz coisas como sexo! Pessoas com câncer não fazem esse tipo de coisa, caramba. Isso foi o que mais afetou minha leitura em geral, e este é um dos motivos pelo qual eu não consegui engolir A Culpa é Das Estrelas.
Não me interpretem mal. Eu gostei muito de todos os diálogos, e ri muito no momento em que Hazel se encontra com o autor de Uma Aflição Imperial, e tudo... É só que, como uma obra não-ficcional, eu achei a estória um tanto surreal, mesmo tentando muito não usar meu olhar crítico durante a leitura.

Eu o li duas vezes, pois pensei tê-lo visto da forma errada na primeira, mas não era verdade... Seus diálogos foram muito aproveitáveis em minha mente. O fim do livro foi o único ponto em que pensei na possibilidade de gostar de Hazel, pois é onde ela aceita a morte, e este é o objetivo do livro, no fim das contas.
Aguardo ansiosamente por uma adaptação nos cinemas em algum tempo (o que eu sei que acontecerá, pela própria qualidade do livro). Eu recomendo que você leia, mas, pelo amor de Deus, não use seu olhar crítico, ou terá a opinião de uma pessoa rabugenta (ou seja, como a minha), e eu posso lhe afirmar que esta não foi a intenção do autor. Ok? Ok. 

Obs: Esta sou eu, dizendo algo como "A Culpa é Das Estrelas não se tornou um de meus livros favoritos". As panteras são o resto da população do planeta.

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