quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

A Face do Mal

Resenha: American Horror Story Asylum, de Ryan Murphy

"Os piores monstros são, na verdade, as pessoas."

American Horror Story é uma mini-série norte-americana que retrata diferentes temas a cada temporada. Fui surpresa por ela quando, na segunda temporada, deparei-me com personagens tão fascinantes quanto os de minha série favorita, OZ (acreditem: isso é algo extremamente raro de se encontrar).

Asylum tem como tema principal uma clínica psiquiátrica intitulada Briarcliff - entretanto ainda não descobri se os loucos são os pacientes ou os responsáveis por eles - e seus médicos/administradores/doentes bastante peculiares. O passado é bastante abordado, assim como os tratamentos de choque utilizados com frequência por supostos doutores.
A jornalista Lana Winters acaba presa na clínica como uma suposta paciente (por ser homossexual), e a partir dali fatos estranhos se revelam. O sobrenatural fica por conta de possessão e extraterrestres, mas o que ocorre de fato é que podemos observar que o mal está, na verdade, dentro de cada ser humano, escondido por uma grossa cortina de veludo.

A história em si não teria me encantado se não fosse pelos personagens, meu ponto favorito. Lana foi a minha preferida por ser uma mulher tão forte e corajosa (mesmo que tenha se transformado com o tempo). Achei-a inteligente e sorrateira quanto aos mistérios que desvendou em Briarcliff. Jude também foi forte, corajosa, esperta. Creio que todas as mulheres que tiveram suas aparições me encantaram! (Não sei se Mary Eunice entra neste total, já que ela não era uma 'mulher', propriamente dita.)
Quanto aos pontos negativos, gostaria que a história dos extraterrestres com Kit tivesse sido resolvida diretamente, o que não aconteceu. Isso me deixaria bastante irritada se Lana Banana não tivesse revirado o fim da série e, como sempre, sido a personagem mais esperta entre personagens espertos.

Recomendo esta temporada sem um momento específico para assisti-la. Não é pesada, não é leve. Não é assustadora, e nem calma demais. É algo bem construído (exceto pela parte dos extraterrestres) e com personagens brilhantes, que pensam por si sós e não seguem nenhum padrão estúpido - o inteligente, o corajoso, o bom e o mau. Só gostaria que tivesse mais episódios, assim certos temas poderiam ser melhor analisados.
Caso se sintam curiosos: não recomendo a primeira temporada. Asylum a superou em todos os aspectos.

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Calouros...

Breve Nota Sobre Estar na Faculdade

Esta foi minha primeira semana na faculdade de Jornalismo. Posso (e preciso) dizer, que minha vida mudou mais em quatro dias do que em quinze anos. Tudo tem sido uma experiência incrível e surreal. Nunca imaginei encontrar pessoas que gostassem de tantas coisas em comum num só lugar, tantas matérias interessantes, tanta liberdade de expressão (de todas as formas, inclusive sobre as coisas diferentes que você veste), tanto desejo de aprender..! 
Estou trabalhando lá o que tenho de melhor. Minha apresentação como "Isadora" ao mundo. Não precisei correr, chutar bolas ou fazer cálculos para isso, e talvez por esta razão já não me sinto mais tão pequena diante das demais pessoas (porque por mais que tentemos fugir, isso parece inevitável quando tudo o que você faz se transforma em números, que futuramente tornam-se imagens estampadas em seu rosto para aqueles que nunca tentaram conversar sobre dança ou tetro, escrita ou poesia). Sinto-me FELIZ. Realizada. Podendo respirar sonhos e viver deles também.
Agora à parte que vos interessa... O que gostaria de dizer é que agora talvez eu não tenha tanto tempo quanto costumava para ler livros que poderiam ser resenhados por aqui - a não ser que vocês queiram saber sobre a história da mídia, o que eu duvido muito. Estou completamente bem, saudável, ainda lendo e amando escrever, mas provavelmente não darei as caras com tanta frequência. Sei que é provável que ninguém se dê conta sobre minha parada repentina, mas achei que seria bom contar sobre ela. 
Caso alguém tenha acompanhado minha trajetória por aqui o meu "muito obrigada" e até logo (ou não tão logo assim)!

domingo, 2 de fevereiro de 2014

O Debate do Século

Resenha: Zumbis vs. Unicórnios, de Holly Black e Justine Larbalestier

"Entre um unicórnio e um zumbi, com qual você preferiria ficar preso em uma mina?"

A discussão sobre quem era melhor começou no blog de Justine, e desde então ela e Holly organizaram um livro que contém doze contos: seis voltados a zumbis, e seis voltados a unicórnios.
O time zumbi, liderado por Justine, tem em sua equipe: Libba Bray, Cassandra Clare, Alaya Down Johnson, Maureen Johnson, Carrie Ryan e Scott Westerfeld.
O time unicórnio, liderado por Holly, tem em sua equipe: Meg Cabot, Kathleen Duey, Margo Lanagan, Garth Nix, Naomi Novik e Diana Peterfreund.

Algo que acontece comigo às vezes é que não vou com a cara de certos autores... Foi o que ocorreu com Justine quando li a introdução. O que pude perceber é que Holly sempre foi educada, analisando os dois pontos de vista, enquanto Justine defendeu o seu e unicamente o seu até o fim (mesmo quando disse coisas extremamente sem noção/estúpidas/desnecessárias). Certo, sei que elas estavam brincando, mas considerei Justine uma mala sem alças!... o que esperar de alguém do time zumbi, não é mesmo?

O que mais gostei no livro é que todos os contos são diferentes. Completamente diferentes! Cada autor criou seu próprio zumbi ou unicórnio, e é maravilhoso como uma base igual pode se transformar tanto em mentes diferentes. Foi fantástico poder ler sobre coisas iguais, porém transformadas e moldadas de acordo com a criatividade de cada autor.

Meus contos favoritos foram: 

Bulganvílias, Carrie Ryan
Mil Flores, Margo Lanagan*
O Cuidado e a Alimentação de Seu Filhote de Unicórnio Assassino, Diana Peterfreund*
Mãos Geladas, Cassandra Clare
A Terceira Virgem, Kathleen Duey*
Não necessariamente nesta ordem.
* = unicórnio

Destes, os que prenderam mais minha atenção e sobre os quais gostaria de me aprofundar são:
Bulganvílias, de Carrie Ryan: A personagem principal é uma menina muito forte e corajosa. O modo como o conto foi organizado (contado cenas passadas e presentes) fez com que ele parecesse muito mais longo do que é de fato, além de nos oferecer uma visão melhor dos personagens e da vida que levavam antes em poucas páginas.
O Cuidado e a Alimentação de Seu Filhote de Unicórnio Assassino, de Diana Peterfreund: Apesar do título extremamente longo (que me passou uma primeira impressão errada do conto - pensei que envolvesse humor) adorei o cenário onde tudo se passou. A escrita de Diana me fez imaginar todos os detalhes daquela tenta de aberrações no circo, o cheiro da palha mofada, o medo de ser descoberta, tudo. E há também, é claro, uma personagem feminina forte e destemida.
A Terceira Virgem, de Kathleen Duey: O unicórnio retratado no conto é muito diferente de todos os outros. Tão melodramático, esperto, voraz, cruel, mas ao mesmo tempo doce. É minha versão de unicórnio favorita.

Preciso avisar-lhes também que, apesar de possuir uma capa colorida e um design bonitinho, há contos muito interessantes e sérios. Obviamente há alguns engraçados, diferentes, que falam palavrões desnecessários aqui e ali, mas eles são a minoria. Isso é diferente do que pensei que seria, por isso decidi contar.

E meu time é..... *tambores*...... Unicórnio!!! Apesar de não ter gostado do retrato dos unicórnios feitos por alguns dos autores (principalmente Meg Cabot - ainda acredito que ela foi sarcástica) outras versões (como a de Kathleen Duey) me fizeram ficar fascinada por eles. Como são lindos e cruéis! Doces e malvados! São as criaturas mais interessantes que já vi.
Defendo meu ponto de vista dizendo que os unicórnios retratados no livro são melhores que os zumbis porque os autores do time de Justine tentaram criar zumbismanos, ou seja, zumbis humanos. É como ler contos que falam apenas de pessoas na maioria das vezes! Nem saberia diferenciar, se me pedissem. Já os unicórnios... Você perdeu, Justine!