terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Eu Sinto o Infinito

Resenha: As Vantagens de Ser Invisível, de Stephen Chbosky

"Mas, principalmente, eu estava chorando, porque, de repente, tive consciência do fato de que eu estava de pé em um túnel, com o vento batendo no meu rosto. Não importava que eu visse a cidade. Nem mesmo que eu pensasse nisso. Porque eu estava de pé no túnel. E eu realmente estava ali. E foi o suficiente para que eu me sentisse infinito."

Eu jamais esperei que isso acontecesse, mas As Vantagens de Ser Invisível tornou-se um  de meus livros favoritos. Me arrependo muito por não tê-lo lido antes, para que pudesse assistir seu lançamento no cinema. Na verdade, o que aconteceu foi que eu, tragicamente, assisti o filme antes de ler o livro. Foi em dezembro de 2012, eu o assisti, e li o livro todo no dia seguinte. Não é um livro longo, o que me surpreendeu, porque ele trata de assuntos profundos muito detalhadamente. Pergunto a mim mesma se Stephen já foi (ou continua sendo) um wallflower
Algo que eu gostaria de destacar, é que o título original "The Perks Of a Being a Wallflower" transformou-se em "As Vantagens de Ser Invisível", o que é trágico, pois Wallflower não significa Invisível. Wallflowers são as pessoas que preferem observar ao invés de interagir com os demais indivíduos.

Charlie é um garoto de 15 anos de idade (ele faz 16 no decorrer da estória), que passou por um trauma muito grande após descobrir que seu melhor, e único amigo, suicidou-se, - este foi um dos motivos que o fizeram terminar em uma clínica psiquiátrica por algum tempo.
Charlie cursa o primeiro ano do ensino médio, e como um legítimo wallflower, não recebe um único pingo de atenção. Durante uma de suas aulas, ele conhece um veterano chamado Patrick, que reencontra num dos jogos de futebol da escola, com Sam. Patrick e Sam mostram a Charlie coisas boas, assim como ruins, Charlie envolve-se com drogas, assim como sente, finalmente, que pertence a algum lugar.
A estória se passa no início dos anos 90, e você verá algumas características específicas da época, se for um bom perceptor. Eu não acredito que o enredo poderia se passar nos dias atuais, talvez pelo modo como as escolas mudaram, ou pela maneira como as drogas eram tratadas antigamente. Já li resenhas de pessoas que pensam diferente.
O livro é contado através de cartas de Charlie, para alguém que pode ser seu leitor atual. Ele usa nomes fictícios também, para que todos mantenham-se longe de tentar desvendar sua identidade. 

Charlie, como eu já disse, é um de meus personagens favoritos. Ele é tão adorável, tão bom e tão cego sobre suas qualidades. Charlie é um personagem que eu poderia abraçar. Sam e Patrick também são amigos incríveis, justamente por conseguirem ver, através de tudo, quem o garoto é, realmente. Todas as pessoas gostariam de ter amigos como eles.
O livro foi publicado no fim dos anos 90, e o filme foi lançado no fim de 2012. Eu acho que o filme deve ser assistido após a leitura do livro. Eu gostei dos dois, mas o filme me fez chorar um pouco mais, talvez porque o choque da descoberta sobre o trauma foi como um soco na cara.

Eu não acho que você deve acreditar nas pessoas que tratam a estória como um livro/filme de adolescentes, porque ele não é. Eu penso, ao contrário disso, que a pessoa deve ter uma mente adiantada o suficiente para entender o que se passa de todos os ângulos. Pode ser um pouco mais forte e tocante para pessoas mais novas, porque, como cita Charlie, certas pessoas esquecem de como é ter 16, ao completarem 17 anos de idade. Mas, se você possui uma mente aberta e quer ter momentos tocantes (e nostálgicos, se já for um adulto), este é um livro que eu recomendo com todo o amor do mundo.


Obs: Se você não possuir um bom gosto musical, talvez este livro possa lhe ajudar.

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