sábado, 30 de março de 2013

Mas Eu Não Posso Parar a Mim Mesma

Resenha: A Menina No País Das Maravilhas, de Daniel Barnz

"Em certo momento da sua vida você vai abrir seus olhos, e ver quem você é de verdade."

Em algum momento, eu vou abrir meus olhos e perceber os motivos que me levam a gostar tanto de personagens que sofrem com problemas psicológicos (ou filmes que tratam destes personagens). 
De alguma forma, A Menina No País Das Maravilhas lembrou-me As Vantagens De Ser Invisível. Phoebe (a personagem principal) se parece com Charlie em certos pontos, principalmente na questão da inocência e confusão - ambos não sabiam sobre a situação onde se encontravam.

A Menina No País Das Maravilhas (originalmente Phoebe In Wonderland), dirigido por Daniel Barnz, traz à tona medos, angustias e incertezas.
Phoebe é uma garota bastante inteligente e criativa que costuma ser rejeitada pela maioria de seus colegas de classe. Quando Miss Dodger (professora de teatro) aparece, Phoebe vê novas possibilidades em meio à monótona vida escolar que vem levando. Ao ser escolhida para interpretar Alice em uma peça, o comportamento da menina piora gradativamente. Supersticiosa e crítica consigo mesma, Phoebe passa a confundir a realidade com seus devaneios, preocupando os pais e professores. 

Os devaneios em questão vem, principalmente, de Alice No País Das Maravilhas. Phoebe pode ver Alice, cartas de baralho, a Rainha De Copas e outros personagens. Em certos momentos, sua mãe, Hillary, pensa que este problema está sendo criado por ela mesma (Hillary é escritora, e sua obra está relacionada com Alice In Wonderland), o que gera conflitos familiares.
Já Miss Dodger, pensa que Phoebe é uma criança extraordinária, ao contrário do diretor, que não tem conseguido pegar as rédeas da situação de forma responsável. Isto gera novos conflitos - desta vez, escolares.
Para fugir, Phoebe usa a imaginação como válvula de escape, mas isso acaba fugindo de seu controle. Durante esta busca por tranquilidade mental, a menina prefere esconder seus pensamentos fantasiosos dos pais e colegas de classe. Estranheza é tudo o que ela recebe em troca.

Às vezes, durante esta incansável busca pela liberdade, construímos nosso próprio castelo no céu, mas esquecemos de suas fundações. Isso não quer dizer que não podemos construí-las mais tarde, mas este não é um trabalho muito fácil. O desejo de fazer certo, de fazer todos felizes... Isso acaba colocando os sentimento das pessoas em questão à beira do abismo. Mas somos assim. Não podemos parar a nós mesmos.
Então, novamente, assim como em As Vantagens De Ser Invisível, assista a esta obra com a mente aberta. Não funcionará se não for assim. Lembre-se de seus medos, angústias e incertezas - e lembre que pode vencê-los, como Phoebe.


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