sexta-feira, 17 de maio de 2013

Importar-se

Importar-se 

Escrevo-lhes ao som de 12:51, The Strokes. Esta é uma daquelas canções que fazem com que tudo pareça melhor, e que lhe trazem várias lembranças - até mesmo lembranças do que nunca aconteceu, e você não sabe se acontecerá um dia. 
Há algum momento em que lemos certo texto, ou findamos certo livro, e pensamos em como a vida é bonita. Porém, há outro momento onde admiramos as fotos, os atos e as palavras da pessoa que gostaríamos de ser, e acabamos parecendo tão pequenos...

Meu processo de tornar alguém melhor não tem sido tão fácil. Eu tento não gritar ou jogar problemas por sobre as pessoas, eu posso jurar que tento. Mas tudo parece tão difícil depois de um tempo. Tão cansativo.
É difícil escrever sobre isso também. Muito. Eu não sei se isso acontece porque eu não sou do tipo de contar meus problemas pequenininhos. Digo, o problema de cada um sempre parece maior para aquele que precisa lidar com ele, mas eu tento fazer com que isso não aconteça.

O fato de sentir torna-se gigantescamente difícil depois de passar algum tempo em um hospital. Você está começando à sentir o desmoronamento e meio que pára para lembrar daquelas pessoas nas cadeiras, recebendo medicamentos com agulhas grandes, e de quando tudo era escuro e você mesmo passava por momentos realmente difíceis. 
Isso me tornou assim. Alguém aparentemente frio e que, também aparentemente, não parece se importar com os outros seres humanos. O que me faz preocupada é que tal coisa, talvez, bem lá no fundo, seja verdade. E ser uma pessoa fria foi algo que sempre me amedrontou, em todos os momentos.
Você senta no canto e observa a garota de 16 anos de idade, fechada para o resto do mundo, com seu coração em pedaços, sem que ninguém saiba disso. Desprezando e chutando tudo e todos que mostrarem um pontinho que seja de preocupação para com ela. E eu não quero ser esta garota.
Mas este medo não me impediu de ignorar aquela garota. De pensar que todo aquele sofrimento era insignificante. 
Por que tudo não é mais fácil? Por que eu não posso ser a pessoa que se sente preocupada com os sentimentos alheios? Eu não quero - e não posso - ser aquele que ignora, despreza e não se importa. Eu vou acabar machucando quem amo com isso.

Como estas pessoas legais conseguem ser tão calmas e serenas? Como voltar a me importar com, além dos sofrimentos físicos, os emocionais, e ainda deixar que meus próprios pensamentos aflorem? - pois se isso ocorrer de repente, será algo bastante ruim.
Enquanto não conseguimos, podemos pensar, juntos, que este é um período difícil. E períodos difíceis passam, cedo ou tarde.

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