terça-feira, 9 de abril de 2013

O Mundo Todo é Um Jardim

O Mundo Todo é Um Jardim

Uma das coisas estranhas da vida é que só muito de vez em quando a gente tem certeza de que vai viver para sempre. 
Quando a gente se levanta cedinho, antes da hora solene do sol nascer, por exemplo, e fica quieto sozinho com a cabeça para trás, olhando para cima, vendo o céu pálido mudar devagar, e coisas brilhantes, desconhecidas e maravilhosas acontecerem aos poucos, até que o Leste quase faz a gente chorar de emoção, diante da majestade imutável e estranha do nascer do sol - coisa que acontece toda manhã, há milhares, milhares, milhares e milhares de anos. 
Aí, por um momento curtinho, a gente sabe. 
Ou então, também, quando fica sozinha num bosque ao entardecer, e a luz dourada e brilhante se esgueirando através dos galhos parece estar se despedindo e dizendo bem baixinho alguma coisa que não se consegue ouvir, por mais que se tente. 
Ou então, algumas vezes, ao olhar o imenso céu tranquilo, azul-escuro, de noite, com milhões de estrelas. Ou ouvir uma música ao longe. Ou olhar fundo nos olhos de alguém.

O Jardim Secreto, de Frances Hodgson Burnett

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