sábado, 28 de dezembro de 2013

Então Eu Contei a Ela...

Resenha: O Contador de Histórias, de Luiz Villaça

"Então eu fiz a única coisa que podia fazer: chorei. Mas com o tempo, descobri que nem chorar eu podia."

Estava quase aborrecida por este ano chegar ao fim sem nenhum novo filme favorito para adicionar à minha lista, porém, SURPRESA! Encontrei este! E ele já estava em meu computador há dias, imaginem, esperando para ser assistido. 
Minhas primeiras experiências com filmes brasileiros nunca foram muito legais, e talvez por isso eu os tenha desviado por tanto tempo. Quanta bobagem, não é? As pessoas nunca são quem achamos que elas são na superfície, então por que os filmes seriam? Prometi procurar por mais destes no ano que está por vir.

O Contador de Histórias é baseado em fatos reais, e narra a trajetória Roberto Carlos Ramos (um dos dez melhores contadores de histórias do mundo!). A época retratada são os anos 70, e tudo ocorre em Belo Horizonte, onde Roberto vivia com sua mãe e nove irmãos. A vida da família começou, porém, a declinar, e a mãe viu-se obrigada a colocar Roberto numa instituição chamada FEBEM, que prometia, por meio de comerciais de televisão, tornar as crianças grandes doutores. Lá, no fim das contas, as coisas não eram tão agradáveis, e o menino usou a criatividade para atingir objetivos particulares.
Com o tempo, Roberto cresceu, e com ele a curiosidade sobre o mundo lá fora. Com outras crianças, ele foge e é capturado diversas vezes. O que ele encontra lá fora não é muito bom, mas é preferível (em sua mente) aos castigos morais e físicos sofridos. Roberto era classificado como um adolescente irrecuperável, mas sua vida muda quando Margherit surje. A pedagoga francesa desperta no garoto coisas que ainda não haviam sido descobertas, e mostra a ele algo sobre o qual a existência ainda era duvidosa: o amor fraternal.

Bem no início do filme, achei que tudo fosse uma tristeza sem fim. Não consigo, ainda, pensar que tal coisa é baseada em fatos reais, e quando penso que a realidade ainda pode ter sido pior sinto um enjoo gigantesco, que seria capaz de me fazer vomitar. Graças a Deus as coisas para Roberto melhoraram, mas e todas as outras crianças na rua?... Isso é horrível de se pensar, mas, ao mesmo tempo, nos retira do torpor do alienamento. Nos move para algo.
Minha personagem favorita é Margherit. Oh, se todas as pessoas fossem como Margherit! O mundo seria algo encantado. Deveríamos, nós mesmos, sermos iguais à Margherit. Ajudar as pessoas, uma de cada vez (e ter mais paciência com elas).

Recomendo este filme muito, e a todos! É tão bonito quando esses pontos de esperança surgem em lugares improváveis, e sei que todas as pessoas no mundo devem gostar disso também, inclusive você, se estiver lendo isso. Então, se quiser conversar depois de ver, lembre-se de que estarei aqui, logo a baixo! Até logo.

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