domingo, 9 de março de 2014

Duas Vezes da Mesma Maneira

Resenha: As Crônicas de Nárnia - Livro 4 (Príncipe Caspian), de C. S. Lewis

Clique aqui para ler sobre os livros anteriores.
"Há honra suficientemente grande para que o mendigo mais miserável possa andar de cabeça erguida, e também vergonha suficientemente grande para fazer vergar os ombros do maior imperador da Terra."

Nárnia tem sido meu refúgio nesses períodos de crescer. É estranho se dar conta de que você está crescendo muito rápido, e não há mais volta no mundo real. Nestes casos precisamos sempre correr de volta, antes que o caminho desapareça. Tenho muita sorte por ter construído um mundo com palavras e livros, para onde sempre poderei voltar e me encontrar em meio às páginas, como uma folha prensada, estranha e familiar ao mesmo tempo*.


No quarto livro, intitulado Príncipe Caspian, as coisas não estão nada bem no mundo de Aslam. Os animais falantes sumiram, assim como os centauros e as dríades. Telmarinos governam Nárnia, e fazem tudo para que os tempos felizes do passado sejam desacreditados pelas crianças e adultos. Caspian, herdeiro legítimo do trono, resolve então trazer de volta a era de ouro: aciona a trompa mágica que convoca Pedro, Suzana, Lúcia e Edmundo.

A principal diferença que notei por aqui foi a evolução de certos personagens, principalmente quando falamos de Suzana e Edmundo. Parece que os dois deixaram um pouco de lado as histórias de criança. Edmundo tornou-se nobre, e Suzana uma dama. Pedro permanece igual, mas vale lembrar que sempre pareceu maior que os irmãos caçulas. Com Lúcia ocorre o mesmo: ela ainda é uma menina doce e esperta, mas não minha favorita, pelo menos por enquanto.
Meu foco no livro, porém, deu-se por outra coisa: Aslam havia desaparecido para as outras crianças. Apenas Lucia, que continuava crendo, conseguia vê-lo. Me peguei pensando se coisas assim também acontecem conosco. Será que quando deixamos de acreditar em algo isso desaparece diante de nossos olhos, mesmo quando continua lá? E se isso ocorre, como somos capazes de vê-lo novamente? Isso me rendeu bons pensamentos.
Algo muito triste ocorre por aqui, também. Os primeiros irmãos vão embora de Nárnia, para nunca mais voltarem! Já aprenderam o suficiente, é o que diz o narrador. Despedidas sempre são tristes...

Este foi meu terceiro livro favorito, logo depois dos dois primeiros. É, também, meu filme favorito em toda a série. Não é tão fiel quanto o primeiro, mas no fim, quando The Call começa a tocar, é a cena mais emocionante do mundo. Maravilhoso! Recomendo que todos que iniciaram o livro leiam a sequência, pelo menos até aqui.

*Sangue de Tinta

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